Fotografias
e o Tempo
Vamos
observar e concluir
Serve
à todos nós o que vou construir
Nesta composição de lembranças
Desde nossas idades como
crianças
Rassalve-se os casos
intrigantes
Pelas escolhas nada
inteligentes
Que aqui também serão referidos
Como comparações dos outros
lados
Abre-se a porta da humanidade
Chegamos e entramos pela
social
Sem batermos, pois a todos é
igual
Excetuando-se o tipo do lar e
sua humildade
O sol aquece sem separação
Muda-se a cor do cabelo sem
segregação
O oxigênio é ofertado sem
limitação
Serve ao casebre ou o palacio
com ostentação
A criança chega e é fotografada
Sua coleção de fotos é
aumentada
Desde sua juventude é até
filmada
E já adulta também é gravada
Hoje de modo amplo e sem
restrição
Todos são operadores em ação
Fotográfos, diretores e também
atores
De seus momentos de festa,
dores e amores
Nas mídias sociais os sorrisos
estampados
Os instantes mais relevantes são
gravados
Seja onde for, seja o cenário
natural ou não
O relevante é na telinha a aparição
Corre o tempo, somam-se os
luares
Praias, praças e inesquecíveis
lugares
Festejos, passeios e reuniões
familiares
Momentos comuns e outros
singulares
Segue o tic tac do relógio sem
alterações
No circular dos ponteiros pontuando
emoções
O pulsar do coração do
nascente ao poente
A idade avançando no oriente
ou no ocidente
Até que num dia qualquer, sem
distração
Podendo ser num domingo preguiçoso
No seu lar, tranquilo e sem
noção
Toma-se o albúm de fotos e se
inicia a projeção
Em câmara lenta você faz a
avaliação
Percebe que o cabelo mudou em
total a coloração
Em todos o grisalho é a
tonalidade
Certificado da dita e
propalada melhor idade
E então você analisa a cor
Conclui que para muitos é a do
respeito e pudor
Porém, a outros tantos da
vermelha vergonha
E a estes o testemunho a noite
fica na fronha
O cidadão ocupa qualquer função
Da mais simples até presidente
da nação
Seu caráter dirá qual sua
adjetivação
Honesto, competente, ou corrupto
e até ladrão
A moldura da história é que a
trajetória ditará
A foto histórica amanhã falará
Às gerações posteriores quem
foi o ente
Probo, útil, trabalhador, ou só um indigente
Por isso ao longo da jornada
Cada um opta pela porta de saída
Muitos sairão pela mesma porta
da entrada
Sem deixar a descendência
envergonhada
Porém, muitos fugirão pela
porta dos fundos
Com curriculum sujo e
registros imundos
O nome familiar razão de
vergonha e gozação
Pois foram atores no palco da
corrupção
E então, é assim que se constroe
uma nação
Enquanto alguns com amor a
trazem no coração
Outros a pisoteiam em função
de cada condenação
Pois a vida inteira foram
almas indecentes e de ladrão.
Lúcio Reis
Belém do Para – Brasil em
04/02/2018.
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