Cidade
Maravilhosa?
Será que dá para
cantar em prosa?
É possível dela
falar em verso e rima?
Mesmo vendo que
a bala oferta lágrima
E o samba
propala alegria gostosa
Quanta contradição
carioca cidadão!
Que novela trágica
de destruição!
Folhetim de
tristezas e sofrida desolação
Parecendo sem
fim e sem solução
Violência que sobe
e desce o morro, circula na favela
Como dantesca e
horripilante novela
Onde o sangue não
é de ficção
Eis mais uma
criança estendida no chão
O refrão é de fácil
composição
Acredite na
segurança do Pezão
Praticando
corrida desesperada na areia
Na direção ao
mar em busca do milagre da sereia
Mas se preferir
corra para o asfalto
Caso uma bala não
lhe oriente
Pegue na estação
o expresso para o ocidente
Antes que lhe
cantem: isto é um assalto
Mas há farda na
avenida, sim senhor
Afirma S.Excia.,
o governador
Porém, há mais
bandido exímio atirador
Do que sua tropa
de elite, faz favor
A Cidade
Maravilhosa, é mesmo linda?
No entanto, está
mais para um paredão
Turista tem nela
sua vida finda
Fuzilado pelo
menor delinquente e pelo pivetão
E não adianta a
imprensa mostrar
É só esperar, o
filme inteiro vai se reprisar
Pois a
autoridade vive a se justificar
Por suas
lambanças nos processos a tramitar
Mas não há que
esquecermos Salvador
Ali na Bahia, há
anos é tudo igual meu rei
Camarotes, massa
desnorteada,abada da folia no corredor
Tem água e
assalto, olhando o Rio é tal qual, falei!
Alguns dirão não
ser eu bom da cabeça
Outros
diagnosticarão ser eu doente do pé
Lembrando o que
canta a antiga canção
Gosto de samba
mas, não perdi o instinto de auto preservação.
Cidade
Maravilhosa, tal qual uma rosa
Teu cheiro de
mar, liberdade, festa e celebração
Foram substituídos
pela bandeira branca da lamentação
Ante a realidade
inconteste de sua triste e real situação
Lúcio Reis
Belém do Pará-Brasil,
em 13/02/2018.
Bem assim querido amigo poeta.
ResponderExcluir