quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Indecifrável

Quão estranho, intrigante são as relações
Anos após anos em convívio amiúde, constante
Partilhando verdadeiras e variadas emoções
Viagens, convívios sociais em outras estações
E como num passe de mágica e com muitas interrogações
Percebe-se, descobre-se um desconhecido caminhante
Que ao seu lado ofertava “amizade relevante”
E então constata-se o labirinto de uma incógnita mente
A guardar covardia, falsidade, traição e que simplesmente mente
A verdade falada ou mostrada era apenas uma máscara
Muitas vezes disfarçada por lágrimas
Em outras o ar pesaroso na face, tensão na cara
Como numa luta entre a sinceridade e a falsidade pela esgrima
Não mão que dava tapinhas na costa agora há o florete
No convívio de anos na sala o felpudo tapete
A confortável e aconchegante poltrona de veludo
Dialogando, planejando, amenidades e até mesmo estudando
Mas na traição, qualquer procedimento como num vale tudo
Sair pela tangente, tergiversar, inventar, se eximir, se acovardar
E assim aqueles amigos e suas amizades caem num forte desabar
Esmagando confiança e gerando alto e forte desapontar
Sobrando apenas a dó, a pena tão grande que pode ser “palpável”
E a convicção de que o ser humano é mesmo indecifrável
Mesmo que se mostre gentil e até afável
As vezes pode ser mais mortal que cascavel
Capaz de agredir violentamente sem usar luvas na mão
Porém tão destruidor como o disparar de um canhão
A queima roupa sem chance de defesa e nenhuma proteção
Destroçando em cacos os sentimentos no coração.

Lúcio Reis
Belém do Pará – Brasil
Em 17/09/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário