Programa de calouro
Passa pela intima relação
Nove meses de gestação
E o calouro chega à sua apresentação
Abre-se a cortina com pura emoção
Ele ou ela entra no palco
A plateia já está lotada
Não cadeira desocupada
O corpo de jurado não é fácil e nem fraco
Atento a cada ato, a cada passo
E assim a do calouro sua performance
Dele ao julgar, em toda face
O sim ou não como certidão
Quando sim o aplauso
Mas se não, a decepção
E o aguardar outro passo
Para romper a fita da vitória
Há que somar, dia após dia
Posto que todos os calouros, sem distinção
Independente do leito na origem
E na mão o ticket da viagem
No mesmo palco estarão
Frente a frente com corpo de jurado
No instante da partida naquela estação
Onde por nove meses viveram a formação
E na primeira apresentação há lágrima
Depois mais outras tantas a cada esgrima
No semear e semear, ano após ano
E quando a neve de algodão cobre o chapéu
Daquele, daquela e até do teu
O jurado passa a julgar o conjunto de cada ópera
Se apenas ali ficou ou se saiu mundo afora
E aquele calouro, já não mais o é agora
A vida viveu, sofreu e lições já plantou
Se emocionou e ao jurado agradou
E a outros mais, decepcionou
Tudo é compreensível
Pois a unanimidade e fato até impossível
Cada calouro é especial, único
Tem seu eu e sua personalidade
E assim, sempre será excepcional
Mas sob os aplausos da vitória
Da lágrima inundada no sorriso
A emoção da farta alegria
É momento que não há nenhuma paga por isso
E se resume de cada um o viver, nisso
Sermos todos participes voluntariamente
De um programa de calouro de toda gente
E quando sairmos de cena
Peçamos a Deus que os aplausos peçam bis
E quem sabe reprisamos como fita de cinema
E cada um ouvir elogio que diz
De verdade valeu a pena!
Lúcio Reis
01/02/15
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