Escrevi o abaixo tomando como gancho ou estimulo o poema de Casimiro de Abreu com a locução de minha querida Madalena Gomes, recebido em meu correio eletrônico e agora o mostro aos amigos leitores:
Fim da passagem!
Agora que a infância se foi, passou!
E a juventude lá longe ficou
Que a idade se somou
Contam as amizades que se conquistou
As experiências que se registrou
Os amores que nos desapontaram
E as desilusões que nos magoaram
Nossos comportamentos que entristeceram
As amizades que cedo partiram
E as que riem e conosco choram
As mais queridas que juntos cantamos
E com elas cada aurora festejamos
Seus tímpanos emprestamos
E a eles nossas lamúrias contamos
Deles recebendo toda compreensão
Aliada com o afago no coração
Doses de incentivo e muita animação
Não nos deixando rés ao chão
E ao olharmos para cada um com atenção
Vemos e temos plena convicção
De que viver e por aqui caminhar
Traz profunda modificação
Como que se o tempo fosse medicação
Que a cada minuto no seu degustar
Promove cirúrgica transformação
Colocando branco onde era escuro
Ferrugem em cada dobradiça
Na memória provoca furo ou vazio
Trazendo esquecimento do que atiça
Olha-se pelo espelho embaçado
Pelas lágrimas da saudade
Vendo, as vezes, com dificuldade o caminho traçado
E tem-se plena certeza do peso da idade
Ao por do sol, sentado na varanda
Folheando o álbum de passagens coladas
Para algumas sorrimos com contentamento
Para outras as tristezas e o profundo lamento
No balanço do vivido e do que foi colhido
Caso o saldo seja de alegria do bom gesto dividido
Por certo valeu a pena por aqui ter desfilado
E mesmo que tenha escorregado no desfiladeiro
Sido alcançado pela mão de amigo e companheiro
Reconstruindo o viver a paz reconquistando
Dando a vida o sentido ou ato de um ser alado
Há que se cantar, sorrir e festejar
Afinal prevaleceu, soubemos conjugar o verbo amar.
Lúcio Reis
Belém do Pará
12/05/14
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