sexta-feira, 26 de junho de 2015

Castanheira, o Fim e o Inicio


Ali iniciava-se a capital Belém, dizia a placa

Lá findava-se essa mesma cidade, estava na marca

O sentido é que definia a orientação

Entrando ou saindo, conforme a direção

Assim era nossa querida Belém, aqui no norte

Capital do Estado do Pará, terra que oferece boa sorte

E todos que pela rodovia estavam a chegar

Ou que, pela mesmo estrada se iam a viajar

E que, pelo bairro Castanheira ocorria o trafegar

Num momento dando-lhes boas vindas

a Terra das Mangueiras

E em outro bye, bye Cidade Morena

e até a volta castanheira

A frondosa árvore cientificamente Castanea sativa

Vegetal de grande porte, bonita e bem altiva

Angiospermica de grosso caule e bastante forte

Eudicotiledónea e fonte de divisas, robusta

Catapulta econômica deste estado do norte

Ela oferta um ouriço com amêndoas saborosas

De poder energético e bem vigorosas

Dizem valer em proteínas, por um bife suculento

Vitamina muito útil, para do corpo o sustento

Foi elo relevante na economia pela exportação

Lá atrás década de 50 a 70, fonte de dólares

e de riquezas

Somando para o progresso da Nação

Tirando muito cidadão da linha da pobreza

Hoje a juventude apenas ouve falar do castanheira

Mas só associam ao shopping e seus cinemas

E também para curtição com suas companheiras

Na praça de alimentação para o namorar e trocar uns temas

Aqueles com mais idade recordam da curva da castanheira

Ocupando o noticiário pelos acidentes, em ações costumeiras

E que hoje ocorrem e muito, aqui, lá e em todo lugar

Pois com o progresso chegando, veio a expansão sem mais parar

Até então o limite estava no bairro Bandeira Branca

Tempo em que não se usava na porta uma tranca

Mas Belém foi expandindo e outros espaços criando

A população crescendo, ruas e bairros aumentando

E hoje o centro não dispõe mais de livre espaço

Nem para um pequeno terraço

A não ser demolir e para o céu construir

E assim já surgiu e outros espigões vão surgir

Mas, com todo o nosso calor

Prosseguimos sendo um sitio acolhedor

E por aqui você pode encontrar

Nordestino, mineiro e capixaba a falar

Carioca, paulistano e sótero napolitano a cantar

Ludovicense, americano e gaúcho a chimarrear

Do arquiteto, garimpeiro e o poeta a compor

Para toda gente desde o russo ao palestino a passear

Vendo o nosso vermelho, e do açaí a cor

Em fim somos a Terra de todas as línguas e faces

Molhadas pelas chuvas de nossas tardes

A colher mangas em nossas ruas e praças

E se admirar com a beleza da belemense e suas graças

Por fim a castanheira não está mais lá a fazer limite

Mas Belém aqui está a bem receber toda gente.



Lúcio Reis
Belém do Pará
26/06/15

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