terça-feira, 7 de junho de 2016

Sem Título 

Sem título algum, para você ver
Pois nem sei, é verdade, creia
Sobre o que quero ou vou escrever
Quem sabe sobre uma aranha e sua teia
Talvez, tome como tema uma sereia
E posso até imaginar o discorrer
Então vamos lá, agora é para valer
Ela toda vaidosa tomando sol a beira mar
Em paradisíaca praia, de alvíssima areia
Portando lindos óculos escuros
Gesticula para cada onda a falar
Em cada orelha apenas os dois furos
E pelo sons emitidos e mãos no ar
Perdeu os brincos em algum lugar
Mergulhando entre corais, sirís e peixinhos a brilhar
Aproximo-me para melhor a escutar
Consigo ouví-la, mas nada posso decifrar
Ignoro por completo o seu linguajar
Mas, pelo que percebo, aborrecida está
E culpa as ondas espumantes
Que tal serpentes ondulantes
Arrancaram-lhe o adorno com brilhantes
Presente do cavalo marinho seu amante
O sol, seu amigo, a pinho e escaldante
Concentra-se em sua cauda reluzente
E dela faz pular duas escamas
Ambas em forma de conchas, cor de chamas
E sob cada uma, ela vê e exclama
Ah! Aqui está, encontrei minhas jóias e a fama
Exultante, cauda abanando, recoloca nas orelhas os brilhantes
Levanta-se, faceira e com muita calma  
Vai ao mar e em único mergulho sob a onda fulgurante
Desaparece envolta pelas espumas radiantes
E do sonho despertei sob a leveza da brisa do mar
E vim para cá esta brincadeira digitar
Quem sabe, de sua face um simples sorriso ver esboçar.
Lúcio Reis
Belém,Pa. Brasil- em 07/06/16










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