domingo, 27 de julho de 2014



Farsantes


O homem pisou no planeta

Há milhões de anos com muleta

Não que já fosse manco ou perneta

Mas simples e naturalmente

Contendo em seu eu, um ser farsante

Dente de ouro, língua afiada, tromba de elefante

Falso, traidor e Pinóquio ser falante

O Criador conosco foi Magnânimo

Presenteou-nos com solo abençoado, fértil

Para que a preguiça não traga desânimo

E cada qual a seu modo e, como puder seja útil

Mas, para nos provar, deveras testar

Não sei e, nem consigo como adjetivar

Pois o Senhor não foi grego, ao nos presentear

E porque colocou em  nosso meio cada farsante?

Em nossa sociedade é quantidade abundante

Não foi apenas um ou dois, oh gente!

Somos mais de 25 Estados na Federação

E em cada um, há milhar e milhar de ladrão

Tem para todos os gostos e escolha

Há aqueles com a bíblia na mão

Na mesa posta, menu com vinho e saca rolha

Nos parlamentos a maior concentração

A discursar, jurar retidão e negar má ação

E olhe! o que diz e reza a Constituição!

Mas eles se fingem de defuntos, sem respiração

Insensíveis, descaradamente enfiam a mão

Há também no trânsito  e em cada repartição

Ativo e passivo caminham em união

De jatinho, em automóvel do poder e no avião

Nosso País é um sementeiro em ebulição

A Policia Federal prende, e logo outro mais brota do chão

De gravata, carro importado ele é barão

No fundo sonegador com mandado de prisão

Em cada esquina um pivete ou manjado “cidadão”

Aqueles que se enquadram no 171 ou com 38 na mão

Mas sempre surge o mais espertalhão

Finge, finge que é alienado autêntico bobalhão

Aquele que nada sabe, nem tem para algo visão

É cego, ignorante, preguiçoso mas trapalhão

Não é cegonha! É “ganso” e leva sua turma no bico

Parcela de milhares de uma grande Nação

Faz a todos crer que o ideal é o seu fico

Como fez D Pedro I, o português imperador

Sua cara de pau é difícil de copiar

Mesmo pelo mais eximo entalhador

Pois nunca antes aqui houve um assim meu senhor

Pois hora, contra corrupto é, de elite atirador

Mas em outras do mesmo bando é admirador

Contradição é seu forte, sem pudor!

Ontem fuzilava o bandido de cada estado

Depois de cada um passou a ser aliado

Fala porque não é mudo, e, é até “doutor”

No mundo lá fora do Brasil há algum sonhador

Naquele discurso inicial foi que se baseou

E assim a honraria lhe outorgou

Sei que convence, pois de mente é a adestrador

Apenas as fracas, humilde e gente inocente

Ou interesseira á também levar vantagem indecente

Mas como todo ser que mente, é eximio farsante

Sabe-se, é compreensível, desde Pilatos o governador

A massa é conduzida como gado pelo corredor

No futuro quando alguém isto vier a ler

Será difícil de compreender

E até mesmo poderá dizer

Esse sujeito que escreveu

Criou uma ficção com tanta imaginação

Mas, não foi invenção e verdade meu irmão

Identifica-lo fica e deixou para seu inteligente

A história é e será contada para toda gente

Posto que no Brasil, só não o conhece

Quem é surdo, mudo, cego e demente

E mesmo alguém senil que agora envelhece

Conclui quem é esse crápula rapidamente

Que para o bem da Nação Brasileira e povo diligente

Urge seja banido da vida pública urgentemente

Pois arrependimento, todos sabem com certeza

Só vem e chega depois, como brava correnteza.

Lúcio Reis.

Belém, Pa 
27/07/14

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